RioGuanabara - 1 a.C e anteriores

Séculos 1 antes de Cristo e anteriores

Ano zero não é usado no calendário gregoriano e nem no seu predecessor, o calendário juliano. O ano 1 a.C foi imediatamente sucedido pelo ano 1 d.C.
753 a.C Rômulo, 1º Rei de Roma, 753/716 a.C. Diz a lenda que, um dia, uma jovem vestal, sacerdotisa virgem consagrada à deusa Vesta, teria ido buscar água para um sacrifício em um bosque sagrado, junto ao rio Tibre, quando foi seduzida por Marte, deus romano da guerra, que a engravidou, tendo nascido desta união proibida dois gêmeos: Rômulo e Remo. Quando nasceram, foram abandonados em uma cesta e jogados no rio Tibre, a mando de seu tio Amúlio, temeroso que essas crianças viessem futuramente a destroná-lo. A correnteza do Tibre, em vez de as levar para o mar, milagrosamente, depositou-as em lugar seco, perto do Monte Palatino. Rômulo e Remo foram salvos por uma loba enviada por Marte quando chegaram ao local de fundação da cidade. A loba as criou e amamentou juntamente com as suas crias, na sua gruta, no Lupercal, o que garantiu suas sobrevivências. Depois, um casal de pastores, Fáustulo e Larência, encontrou-os e os criou. Mais tarde, Rômulo e Remo, fundaram Roma em 753 a.C. Rômulo foi o seu primeiro rei 753/716 a.C.

753 a.C Calendário de Rômulo. No início era um calendário lunar com dez meses, começando no equinócio da Primavera, aparentemente inventado pelo Rei Rômulo. Entretanto, ele parece ter sido baseado no calendário lunar grego. Os meses eram: 1 Martius (31 dias), 2 Aprilis (30 dias), 3 Maius (31 dias), 4 Junius (30 dias), 5 Quintilis (30 dias), 6 Sextilis (30 dias), 7 September (30 dias), 8 October (31 dias), 9 November (30 dias), 10 December (30 dias). Portanto, o ano nesse calendário tinha 304 dias e havia aproximadamente 61 dias do inverno que não entravam no calendário.

716 a.C Numa Pompílio, 2º Rei de Roma, 716/673 a.C; Numa Pompilius, ou Panfílio. Foi um sabino escolhido como segundo rei de Roma; procurou dar leis à cidade, garantindo a ordem. Sábio, pacífico e religioso, cuidou da agricultura e da religião. Instituiu o Colégio dos Pontífices. Reformou o calendário.

713 a.C Calendário de Pompílio. A primeira reforma do calendário é atribuída ao Rei Numa Pompílio. A ele é atribuída a redução dos meses de 30 dias para 29 dias e adicionado os meses de Janeiro (29 dias) e Fevereiro (28 dias) no final do calendário por volta de 713 a.C, e portanto aumentando o tamanho do calendário para 355 dias: 1 Martius (31 dias), 2 Aprilis (29 dias), 3 Maius (31 dias), 4 Junius (29 dias), 5 Quintilis (31 dias), 6 Sextilis (29 dias), 7 September (29 dias), 8 October (31 dias), 9 November (29 dias), 10 December (29 dias), 11 Januarius (29 dias), 12 Februarius (28 dias). Para manter o calendário alinhado com o ano solar, um mês "bissexto" de 27 dias, o Mensis Intercalaris, algumas vezes conhecido como Mercedonius ou Mercedinus, era adicionado de tempos em tempos ao fim de Fevereiro, que era encurtado para 23 ou 24 dias. O ano resultante tinha 377 ou 378 dias. A decisão de inserir o mês intercalado, e sua posição, era a responsabilidade do pontifex maximus. Em média, isto acontecia em anos alternados. Havia nomes especiais para 3 dias específicos em cada mês: Kalendae (calendas), primeiro dia do mês, de onde a palavra calendário derivou, os juros das dívidas eram atualizados nas calendas; Nonae (nonos) dependendo do mês, podia ser o 5º ou o 7º dia, tradicionalmente o dia que correspondia à fase lunar de quarto crescente; Idus (idos) dependendo do mês, podia ser o 13º ou o 15º dia, tradicionalmente o dia de lua cheia. Usava a "semana de mercado" de oito dias, marcados com as letras de A a H no calendário. Na República Romana, os anos não eram contados. Ao invés disso eles eram nomeados em homenagem aos cônsules que estavam no poder no início do ano. Por exemplo, 205 a.C foi o Ano do consulado de Publius Cornelius Scipio Africanus e Publius Licinius Crassus. Já, na República tardia, historiadores e sábios começaram a contar os anos pela data da fundação da cidade de Roma. Diferentes sábios usaram diferentes datas para este evento. A data mais usada hoje em dia é a calculada por Varro, 753 a.C. Datas marcadas por este método eram rotuladas ab urbe condita (após a fundação da cidade, e abreviada AUC).

609 a.C Anaximandro de Mileto (609/546 a.C). Filósofo pré-socrático. Discípulo de Tales de Mileto. Geógrafo, matemático, astrônomo e político. Os relatos nos dão conta de que escreveu um livro intitulado "Sobre a Natureza", que, infelizmente, se perdeu. Atribui-se a ele a introdução na Grécia do uso do Gnômon (relógio solar), a medição das distâncias entre as estrelas e o cálculo de sua magnitude (é o iniciador da astronomia grega).

Anaximandro elaborou o primeiro mapa mundi, modelo T-O, do mundo habitável, cujo paralelo passava pela cidade grega de Delfos. Ao norte deste paralelo estava representada a Europa, tendo como centro o Mar Mediterrâneo e ao sul a Ásia e a África. O mundo habitável (ecúmeno) se restringia a trechos em torno do Mediterrâneo: os atuais países e regiões da Espanha, Itália, Grécia e Ásia Menor de um lado, e o Egito e Líbia de outro, somando-se terras a leste deste mar: a Palestina, a antiga Assíria, a Pérsia e a Arábia. O entorno dos 3 continentes era formado por água, o grande rio Oceano.

106 a.C Navegar é preciso; viver não é preciso. Navigare necesse; vivere non est necesse, latim, frase de Pompeu, general romano, 106/48 a.C, dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra, conforme Plutarco, em Vida de Pompeu. Os antigos navegadores portugueses usavam essa expressão, "Navegar é preciso, viver não é preciso.", fazendo um trocadilho, como um apelo propagandístico com vistas ao recrutamento e à formação dos melhores tripulantes. Tal expressão queria dizer que a navegação era segura e precisa, de precisão matemática, ao contrário do que ocorria na existência dos homens. Não se referia ao desprezo pela vida, a qual, então, passaria a ser secundária à arte de navegar; não era o maktub (estava escrito) árabe, tão combatido por eles, fervorosos católicos, mas uma motivação científica. Os portugueses detinham a mais avançada tecnologia de navegação do mundo para o ato de singradura pelo desconhecido Mar Oceano. Mais: Exaltação à Pátria Brasileira.

46 a.C Calendário Juliano. Foi instituído por Júlio César, segundo as indicações do astrônomo Sosígenes de Alexandria, tendo vigorado até 1582. Com a conquista de novos territórios, César sentiu a necessidade de uniformizar o calendário, já que outros eram utilizados pelos povos anexados ao império. O ano 46 a.C, que foi chamado "o último ano da confusão", teve o total de 445 dias. O ano seguinte (45 a.C) foi o primeiro ano do calendário juliano. O novo calendário passou a ser composto por doze meses, não mais usando o 13º mês, perfazendo 365 dias, a começar em 1 de Janeiro. De 4 em 4 anos, instituía-se um ano bissexto de 366 dias. Os meses passaram a ter 30 dias, (intercalados com meses de 31 dias. O número de dias de cada mês é exatamente o mesmo que no Calendário Gregoriano de 1582 atualmente em uso. Os dois calendários diferem apenas na regra da determinação do ano bissexto, em que, no Juliano, são todos os anos múltiplos de 4. A semana de sete dias começou a ser usada algum tempo depois do Calendário Juliano ter entrado em vigor, aparentemente estimulada pela imigração da Parte Oriental do Império. Durante algum tempo a semana de 7 dias coexistiu com o ciclo nundinal de 8 dias.

27 a.C Lista dos imperadores romanos.

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